Uma boa mãe imita o modo educacional da Santíssima Virgem analogicamente

Divórcio, promiscuidade, devassidão, individualismo, narcisismo, ociosidade, indiferentismo são palavras absolutamente estranhas ao vocabulário materno salvo quando estão imersas em um contexto no qual a mãe deseja explanar, para combater. Entre as mães modernas está hoje presente a cultura do histerismo aliado à má vontade de criar os filhos pois estão submetidas, muitas vezes, a errôneos ensinamentos dados pela psicologia vigente (fomentados muitas vezes por um clero obscuro) e por muitas regrinhas que nada de útil catolicamente falando contêm; ipso facto, a mentalidade moderna é frágil em seus preceitos diluídos e forte em sua defesa ao que é errado.

Apelando, no entanto, para o consenso dos Santos da Igreja Católica no que diz respeito as regras arrazoadas de como ser mãe e prescindindo dos autoritários ditadores do pensar atual cujas premissas são direcionadas ao intuito nefando da destruição familiar, eis como educar o filho analogamente à Santíssima Virgem Maria:

§ I. Ela verdadeiramente ama

…não os ama somente com afeição, mas também com eficácia. Seu amor por eles é ativo e efetivo, como aquele de Rebeca por Jacob, e muito mais. Eis o que esta boa Mãe, da qual Rebeca era apenas a figura, faz com o fito de alcançar, para seus filhos, a bênção do Pai celestial” (1).  O amor de Mãe que possui a Santíssima Virgem é perfeito porque não é baseado em um sentimentalismo inane, isto é, vazio, destituído de razão de ser. É um amor efetivo e eficaz, como explana S. Luís. É um amor que visa o Bem dos bens, à guisa de esforços concretos àquilo, ou melhor, Àquele que salva. Uma mãe no seu sentido mais profundo e belo desta sublime palavra, é aquela que preserva. Ora, não se preserva um filho dando a ele os melhores brinquedos ou apenas dizendo que o ama (não que isso não seja importante), mas sim, educando-o para amar profundamente a Verdade. A mãe que aspira amar como ama a Virgem os filhos deve saber que este amor é com “o fito de alcançar, para seus filhos, a bênção do Pai celestial”. 

Uma mãe atenta, assim como a Virgem, “vê claramente em Deus todos os bens e males, as boas e más fortunas, as bênçãos e as maldições divinas, e por isso, já de longe, dispõe as coisas para isentar seus servos de todo mal e cumulá-los de todos os bens“. As mães atentas, em gravíssimos assuntos e até nos que são aparentemente irrelevantes, notam quando surgem de quando em quando as mais variadas propostas maléficas de cunho pecaminoso para seduzir crianças e jovens. E se isso afigura-se absurdo a algumas pessoas é porque ainda não compreenderam o significado da maternidade, pois é dever, sim, da mãe estar atenta e vigilante para com jogos, filmes, desenhos, livros, ambiente e conversas dos filhos. Porventura ainda há desenhos e filmes construtivos, educativos, que respeitem e incentivem a moral católica?

“Ela lhes dá bons conselhos, como Rebeca a Jacó: “Fili mi, acquiesce consiliis meis” – Meu filho, segue meus conselhos” (Gn 27, 8). E, entre outros conselhos, ela lhes sugere levar-lhe dois cabritos, isto é, seu corpo e sua alma, de lhos consagrar para que ela prepare um manjar agradável a Deus, e de fazer tudo que Jesus Cristo, seu Filho, nos ensinou pela palavra e pelo exemplo (1)”.  O mundo contemporâneo detesta os sábios conselhos das mães católicas e dizem ser estes “ultrapassados, foras de moda”, o que a história e o bom senso desmentem. Uma mãe que diariamente busca conhecer mais a Fé e reza para bem criar os filhos saberá dar-lhe os conselhos mais célebres, porque estão pautados naquilo que é coerente e lúcido e não em correntes positivistas ou quaisquer que sejam os novos modelos de educação.

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§ II Ela mantêm os filhos

“O segundo dever de caridade que a Santíssima Virgem exerce para com seus fiéis servos é provê-los de tudo para o corpo e para a alma. Ela lhes fornece as vestes duplas, como acabamos de ver; dá-lhes de comer os manjares mais finos da mesa de Deus; dá-lhes o pão da vida que ela formou…”. Bem se sabe que, posto um filho, mantê-lo é essencial. Mas das necessidades de um filho, quais sãos as principais? Corpo e alma. Que coisa horrível é observar as mães modernas! relegam aos filhos dias de pranto por comida saudável! Não me refiro aqui às pobres mães que, em baixíssimas condições, subsistem por esmola; mas sim àquelas que, pelo pecado da preguiça ou da omissão, ficam inadimplentes perante aos filhos, a servi-los com besteiras gastronômicas tais como biscoitos recheados, balas, comidas instantâneas, refrigerantes, salgadinhos de todas as espécies regalados a sucos de origem duvidosa, para se poupar de trabalhos na cozinha. Eis um dos motivos do enfraquecimento dos laços afetivos entre mães e filhos, quiçá os laços conjugais: o desleixamento.

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§ III. Ela os conduz.

Maria, a estrela do mar, guia todos os seus fiéis servos a bom porto; mostra-lhes os caminhos da vida eterna; desvia-os dos passos perigosos; leva-os pela mão nas sendas da justiça; sustém-nos quando estão prestes a cair; levanta-os quando caíram; repreende-os, como mãe caridosa, quando comentem alguma falta; e, até, às vezes, os castiga amorosamente. Um filho que obedece a Maria, pode acaso errar o caminho que leva à eternidade?“. Pergunta S. Luís. Um filho precisa entender que a mãe é sua autoridade imediata, portanto a ela deve obediência. Em uma sociedade subvertida até leis existem para inibir, coibir, suprimir a correção materna que, segundo a Doutrina, não é somente uma conversinha para afago de consciência. Os filhos devem saber que a repreensão materna estará sempre presente e às vezes o castigo amoroso acompanhará esta repreensão. Nos dias atuais, paralelamente ao ensino da família florescem ideologias outras que visam o igualitarismo familiar, para minar o conceito salutar do que vem a ser uma repreensão, ou um castigo. Não caia no conto do vigário, mamãe!

§ IV. Ela os defende e protege.

“Maria, a Mãe misericordiosa dos predestinados, abriga-os sob as asas de sua proteção, como uma galinha aos pintinhos. Ela lhes fala, abaixa-se até a eles, é condescendente para com suas fraquezas, protege-os contra as garras do gavião e do abutre; acompanha-os como um exército em linha de batalha: “ut castrorum acies ordinata””.  A mãe católica, ao contrário da moderna, sabe perdoar e condescender quando necessário; a mãe católica protege os filhos ao modo de uma galinha que aninha seus pintinhos, debaixo de suas asas. Os braços e o vigor da mãe estão ali presentes para a defesa dos filhos ante a enxurrada de amizades más, parentes mau intencionados ou estranhos imersos no ceticismo revolucionário.

§ V. Ela intercede por eles.

O quinto, enfim, e o maior bem, que a amabilíssima Maria proporciona a seus fiéis devotos, é interceder por eles junto de seu Filho, apaziguá-lo por suas preces, uni-los a ele por um forte elo, e para ele os conservar”. Onde os filhos a maiores fulgores se sujeitam é ou não é em um lar cuja mãe é extremamente fervorosa em suas preces diuturnas? Assim se forma, na terra dos corações infantis, uma devoção sincera tendo em base a mímese daquele comportamento importantíssimo de suas mães.

O maior dos luminares da educação como um todo, não dissociada da religião, vence as inopinadas propostas vigentes que desejam desestruturar a figura materna, tornando-a um imenso cabedal de sentimentos destituído da responsabilidade de criar segundo os modelos cristãos.

 

(1) Enxertos retirados do livro Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem, Artigo II A Santíssima Virgem e os seus escravos por amor. 

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